Os fotos do Cine Theatro Caruaru, inaugurado por Santino Cursino em 8 de outubro de 1939 chamaram muito minha atenção de apaixonado por história e pela estética de algumas décadas passadas, anos 40,0 50 e 60 em particular, mesmo eu não sendo cinéfilo nem entendedor do assunto. Isso tudo também me fez lembrar relatos do meu pai, Ferreira, e algumas pessoas que frequentavam o Cine Caruaru, também conhecido como, “Santino”, inicialmente com capacidade para 1400 pessoas sentadas, era um movimentado ponto de entretenimento e socialização na então pequena “capital do Agreste” pernambucano, hoje com cerca de 400 mil habitantes.
Vejo que o cine Caruaru foi uma espécie Cinema Paradiso da cidade, quem assistiu o filme Giuseppe Tornatore de vai entender melhor, pois tem grande relação com os comportamentos e tipo de entretenimento nos anos que antecederam a chegada da televisão, seja na Sicília ou do Brasil que de forma particular no pós guerra tiveram no cinema uma grande diversão.
Para mim o filme além de retratar a paixão pela sétima arte, traz para minha imaginação um paradoxo que beira um “dilema” pessoal (já resolvido), entre ficar na cidade natal no interior ou ir para um grande cento do país em busca de melhores oportunidade e sucesso profissional, é que, quando vejo o personagem, o garoto Toto (Salvatore Cascio), menino pobre e sonhador e que ao crescer foi para longe de sua cidade e seu povo (no meu caso eu fiquei), que quando ele volta alguns anos depois muito bem sucedido, não encontra mais algumas pessoas que marcaram sua infância nem o Cinema Paradiso em funcionamento, mas prestes a ser demolido para dar lugar a um estacionamento, no caso do Cine Caruaru hoje é uma agência bancária.
A ideia inicial da postagem era para ser sobre a música de minha autoria Cine Caruaru inspirada e em homenagem ao referido cinema, interessante como as artes estão interligadas! A música foi gravada no Rancho Rockfeller em 2016 no estado de São Paulo, com Netto Rockfeller (Guitarra Barítono) e Marky Wildstone (Bateria) e lançada pela gravadora Blues Crawfish Records.
Ofereço a música e esta postagem ao senhor Santino Cursino (in memoriam) e a todos que viveram aqueles tempos áureos nas matinês e sessões do Cine Theatro Caruaru.
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Vejo com um certo tom de melancolia e nostalgia de um apaixonado pela história, construções, prédios e casarios históricas darem lugar ao “progresso” e ao capitalismo selvagem. Gostaria imensamente de poder ter visto o Cine Theatro Caruaru, ou pelo menos preservado assim como algumas das várias salas da sétima arte da cidade, entre as mais famosas, Cine Theatro Rio Branco, Cinema Sta. Rosa, Cine Maciel ainda cheguei a conhecer o Cinema Sta. Rosa e Cine Maciel, neste lembro da entrada glamourosa e do tapete vermelho, corrimão dourado, um imponente painel épico na parede, por último assisti muitos filmes no Cinema Grande Hotel.
Velhos e bons tempos que não voltam mais!
Interessante a postagem da historia do cinema, tenho saudades de atravessar as cortinas do cinema GRANDE HOTEL.
Grato pelo comentário, Bôsco! A sensação de passar pelas grossas cortinas eram algo mágico especialmente nos tempos antes das facilidades da internet. Abraços