Ao longo desses anos envolvido com música, desde os primeiros contatos e momentos bem peculiares, como no final dos anos 1980, quando comecei a brincar de gravar fazendo scratches dos LPs e toca discos do meu pai (sem ele saber é claro) para fita k7, fazendo colagens de trechos, era só um garoto brincando, mas sei que aquelas sensações marcaram minha intuição em tratando-se de música e suas propriedades mais fascinantes, como é o caso da acústica e a maneira de como o sons tem sido gravados, reproduzidos e processados desde o começo das tecnologias de gravação, passando pelos cilindros de Thomas Edisom no século XIX, o primeiro gravador magnético, Magnetophone apresentado em 1935 pela AEG e BASF na Alemanha, em 1945 a Ampex nos EUA até a era digital dos tempos atuais.
Penso como as muitas possibilidades da vida respectiva e paralelamente a música, estilos, sons, são cativantes de acordo com o contexto social e até mesmo das personalidades de cada um. É notório que desde o começo da busca por tecnologias e meios de gravar e reproduzir a execução musical, seja uma orquestra ou um piano e voz, havia uma busca para captar tudo com muita fidelidade “HI-FI” (Abreviação de High Fidelity – Alta Fidelidade em português).
Na atualidade, muito é discutido sobre “analógico x digital”, sobre qual é melhor, nesta minha reflexão não quero entrar nos méritos tecnológicos de nenhuma das opções, nem o poder de processamento ou armazenagem das propriedades que compõem os diversos dispositivos e meios de produzir sons ou respectivos tipos de suporte e mídias, mas refletir sobre toda a grandeza que implica no processo de fazer a música como um todo.
IDENTIDADE SONORA
Na minha maneira de fazer música como arte, não como uma ciência tecnologia exata, ainda que procurando conhecer sempre mais alguns padrões e formatos em uma busca de qualidade satisfatória aos ouvidos, tenho uma grande tendência a querer em meus trabalhos e minhas produções musicais nas quais trabalho, buscar o que desde os primórdios muitos considerados loucos ou fora dos padrões, buscaram, pois na contramão da busca pela reprodução perfeita do áudio e das expressões artísticas gravadas, muitos seguiram seus instintos muitas vezes até “abusando” de alguns efeitos sonoros, não necessariamente nesta ordem, compressão (por exemplo Joe Meek no fim dos anos 50) os tão falados harmônicos das distorções dos equipamentos valvulados, eco, reverb e as diversas alterações de tempo causadas pela distância percorrida pelas ondas sonoras e outras formas de controlar os sons, que criaram efeitos que hoje são clássicas referências para gerações no mundo da música “POP”.
CONCLUSÃO
Dependendo do ponto de vista, alguns efeitos e características sonoras em concordância com determinados estilos musicais, blues e rock só para citar dois exemplos seminais, aquela perfeição “HI-FI” não é tão necessária (não confundir com a engenharia de áudio “state of art” precisa consistente), pelo menos como os principais articuladores da era tecnológica pensavam, algo alcançado hoje, mas tudo ficou “tão limpo e frio”, tão sem “calor e emoção” na era digital, que muitos dos antigos equipamentos estão sendo relançados ou repaginados para adicionar mais harmônicos quentes as gravações digitais.
Valendo lembrar que várias gravações que marcaram o século XX e até hoje são referências, em especial o rock ‘n’ roll que explodiu no pós guerra até metade dos anos 60, Elvis Presley, Carl Perkins, Johnny Cash, Jerry Lee Lewis, Fats Domino, Little Richard, Chuck Berry, Buddy Holly, tiveram suas músicas gravadas em pequenos estúdios, em condições consideradas até precárias se comparadas aos padrões atuais. Até mesmo os que vieram depois, The Tornados (primeiro grupo britânico a ter nº1 nas paradas de sucesso nos USA, em 1962) The Shadows, Beatles, Rollings Stones, Yardbirds, etc. Cada estúdio referente aos artistas citados, merecem uma matéria a parte: Sun Records, J&M, Chess, Norvajek (nos Estados Unidos) e Regent Sound Studio, “Joe Meek – 304 Holloway Road” e EMI Studios (na Inglaterra).
Espero que tenham gostado da postagem!
Joanatan Richard é produtor musical, músico, artista, compositor, arranjador, artista visual e fundador do selo e editora musical Ipojuke Records.
Aos interessados, artistas, bandas, compositores, gravo suas músicas, seu CD, assumo a produção musical, direção, arranjos e gravação de vários instrumentos, guitarra, violão, baixo elétrico e double bass “rabecão”, backing vocals e teclados. Também cadastro suas músicas no ECAD, geração dos códigos ISRC e coloco seu single EP ou álbum nas plataformas digitais, Spotify, Deezer, iTunes, YouTube, etc.
CONTATO: joanatanrichard@gmail.com